Músicas / Poemas
Com tantos anos dedicando sua arte à cultura gaúcha e aos cavalos num trabalho de muita pesquisa e realismo, fazendo amigos campo afora, seria natural que vez por outra Berega fosse homenageado por outros artistas. Abrimos este espaço para mostrar o carinho e referência ao artista e agradecer aos músicos e poetas que o citaram e o tem como tema de seus trabalhos.
UM RETRATO DO BEREGA
Letra: Alex Silveira
Música: Jari Terres
Meu poncho um brasedo em flor
Quando um agosto se achega
Num florão de colorado
Sou a estampa do meu pago
Num retrato do Berega
Um “buenos dias, paysano”
Recebe quem se aprochega
Na linda estância fronteira
O capataz, uma tronqueira
É um retrato do Berega
Pra galopear um bagual
Num grito de chega-chega
Vou firme no teu costado
Que a imagem deste quadro
É um retrato do Berega
Num bailezito costeiro
Qualquer motivo é pendenga
Sob o clarão do candeeiro
Mais gaúcho que o gaiteiro
Só um retrato do Berega
Um retrato do Berega
Mostra tudo tão real
Quando vejo um tropilha
Já vou sovando as rendilhas
E ajustando um bocal.
O produtor musical César Cattani preparou a edição do show do
Jari Terres com fotos feitas por Rodrigo Beheregaray do Berega. Confira:
ENTRANDO NO M´BORORÉ
João Sampaio / Elton Saldanha
lá vem o vitor solito
entrando no M'Bororé
e um cusco brasino ao tranco
na sombra de um pangaré
chapéu grande, lenço negro
jeitão calmo de quem chega
na tarde em tons de aquarela
lembra um quadro do Berega
o flerte troteando alerta
bufa e se nega pros lados
e uma perdiz se degola
no último fio do alambrado
apeia na cruz da estrada
e o seu olhar se enfumaça
saca o sombrero em silêncio
por respeito a sua raça.
Lá vem o Rio Grande a cavalo
entrando no M'Bororé
là vem o Rio Grande a cavalo
que bonito que ele é. (bis)
Procura a volta do pingo
e alça o corpo sem receio
enquanto uma borboleta
senta na perna do freio
inté entrete o cristão
que se cruza campo a fora
mirar a garça matreira
no seu pala cor de aurora
Pois lá num rancho de leiva
que ele ergueu com seu suor
fica um sonho por metade
de quem vive sem amor
um suave bater de asas
cruza um bando sem alarde
e as garças e o Vitor somem
lá na lonjura da tarde.
Lá vem o Rio Grande a cavalo
entrando no M'Bororé
lá vem o Rio Grande a cavalo
que bonito que ele é. (bis)
AOS OLHOS DA LUA
Letra: Cassiano Mendes
Bajo la luna y las estrellas...
A estância se adormece,
Silenciosa como prece
Com seu encanto e magia.
Tornando a noite fria
E encarangando a cuscada,
No pasto fica a camada
Da geada, bruta, campeira,
E a eguada caborteira
Com o lombo branco da geada.
Bajo la luna y estrellas,
Um milongão 'pede boca,
Reponta a saudade louca
De algum amor desbocado,
De algum sonho acolherado
Nas cordas do meu violão.
Brotando uma inspiração
Da minha alma charrua,
Porque a mansidão da lua
Amedronta a solidão.
Bajo la luna y las estrellas...
Um mate gordo se achega,
E ao estilo do Berega
Mais um dia vem surgindo.
Com o buçal na mão vou indo
Na direção da mangueira,
Mais uma lida campeira
Que esta lua presencia,
Mas vem a barra do dia
E a lua se vai matreira.
Bajo la luna y estrellas,
Um milongão 'pede boca,
Reponta a saudade louca
De algum amor desbocado,
De algum sonho acolherado
Nas cordas do meu violão.
Brotando uma inspiração
Da minha alma charrua,
Porque a mansidão da lua
Amedronta a solidão
POEMA NO FACEBOOK
por Anderson Dias (http://www.facebook.com/anderson.dias.rs)
"Cavalo, carneiro e borrega
Bochincho, gaúcho e chinóca
Quando o lápis se coloca
Nas mãos do mestre Berega
É certo que sai de vereda
O desenho do especialista
Pro vivente desenhista
Lindo moço, e a benzedeira
Arremate, garupa e carreira
Calendários do nosso artista."
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