As entrevistas com Berega são raras pois é um homem um tanto tímido para a mídia, um pouco introspectivo e de poucas palavras. Mas algumas das que concedeu em revistas e jornais podem ser vistas aqui, conhecendo-se e relembrando um pouco do que disseram sobre seu trabalho e sobre o que ele mesmo disse.
Jornal do Comércio (Porto
Alegre), 06 de dezembro de 1977:
Reportagem - chamada de capa e pg. 7 a 9
Jornal Ilustrado, Suplemento Regionalismo e
Tradição (Uruguaiana) ano 2, nº57, 28 de dezembro de 1978:
Reportagem - Milton Souza
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 30 de
dezembro de 1978:
Reportagem
Jornal Correio do Povo (Porto
Alegre), 31 de dezembro de 1978:
Reportagem
A Ipiranga já está distribuindo o seu calendário de 1979. Ele é todo quase composto de reminiscência, com ilustrações do artista Berega. As lembranças, as raízes e o passado fazem parte das peças, evocando algo do qual não nos libertamos totalmente, principalmente para uma geração que viu em poucos anos a fantástica transformação que o progresso causou no mundo e seus naturais reflexos no meio rural. À ironia e à linha jocosa dos traços de Berega, principalmente na ilustração do gaúcho que rouba o cavalo do patrão para namorar no domingo, não se pode negar a conotação hist'roica de uma época já morta ou em extinção no Rio Grande do Sul. Este é o caso, por exemplo, do quadro sobre o "tropeiro de hoje", onde Berega expõe um caminhão todo incrementado, transportando gado.
Jornal do Comércio (Porto Alegre), 9 de janeiro de 1979:
Reportagem
A Ipiranga já está distribuindo o seu calendário de 1979. Ele é todo quase composto de
reminiscência, com ilustrações do artista Berega. As lembranças, as raízes e o
passado fazem parte das peças, evocando algo do qual não nos libertamos totalmente,
principalmente para uma geração que viu em poucos anos a fantástica transformação que
o progresso causou no mundo e seus naturais reflexos no meio rural. À ironia e à linha
jocosa dos traços de Berega, principalmente na ilustração do gaúcho que rouba o cavalo
do patrão para namorar no domingo, não se pode negar a conotação hist'roica de uma
época já morta ou em extinção no Rio Grande do Sul. Este é o caso, por exemplo, do
quadro sobre o "tropeiro de hoje", onde Berega expõe um caminhão todo
incrementado, transportando gado.
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 06 de
janeiro de 1979:
Reportagem - coluna H. Honório
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 06 de
janeiro de 1979:
Reportagem - Coluna Luiz C. Lisboa
Jornal Zero Hora - Suplemento Economia
(Porto Alegre), 7 de janeiro de 1979:
Reportagem
Jornal Zero Hora (Porto Alegre),
14 de janeiro de 1979, pg. 32:
Reportagem
Jornal Correio do Povo, Suplemento Rural
(Porto Alegre), 30 de março de 1979, pg. 10:
Reportagem
Jornal do Comércio, Suplemento
Agropecuária (Porto Alegre), 03 de abril de 1979, pg. 2-3:
Reportagem
Jornal do Comércio, Suplemento
Agropecuária (Porto Alegre), 04 de setembro de 1979:
Reportagem
CAVALO
ÁRABE
PRESENÇA DE PRESTÍGIO E DIVULGAÇÃO
O jurado Frederico Garcia Brum, foi
secretáriado pelo artista Berega, e gostou muito da qualidade dos produtos apresentados.
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 24 de
dezembro de 1979, pg. 23:
Reportagem
Jornal Correio do Povo (Porto Alegre), 13 de
dezembro de 1979, pg. 25:
Reportagem
Jornal do Comércio (Porto Alegre), 13 de
dezembro de 1979, pg. 8,
Reportagem
Como já vem fazendo há vários anos, a Ipiranga
faz do seu calendário, um motivo para valorizar e divulgar a nossa cultura e os artistas
gaúchos. Neste calendário de 1980, traz Luiz Alberto Pont Beheregaray (Berega) para
ilustrar com humor e muito detalhe as seis gravuras que preservam as imagens de certas
situações que sempre vão identificar nossas crenças e vivências.
Com um texto referente a cada gravura, Berega descreve cenas da
"Benzedeira", "Mudança", "Retruco", "Sacando
Peludo", "Estação" e "Bolicho de Campanha".
Jornal Zero Hora (Porto Alegre), 13 de
dezembro de 1979, pg. 26:
Reportagem
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 17 de
dezembro de 1979, pg. 8
Reportagem
Como já vem fazendo há vários anos, a Ipiranga
faz do seu calendário, um motivo para valorizar e divulgar a nossa cultura e os artistas
gaúchos. Neste calendário de 1980, traz Luiz Alberto Pont Beheregaray (Berega) para
ilustrar com humor e muito detalhe as seis gravuras que preservam as imagens de certas
situações que sempre vão identificar nossas crenças e vivências.
Jornal do Comércio (Porto Alegre), 20 de
dezembro de 1979, pg. 10:
Reportagem
Jornal do Comércio (Porto Alegre), 2 de
janeiro de 1980, pg. 10:
Reportagem
"O Cavalo e o Transporte" é o tema do
calendário de 1980 da Fertisul e Adubos Ipiranga. Seguindo a tradição dos últimos anos
na abordagem de temas regionais, em sua nova edição o calendário mostra no texto e nas
ilustrações a importância do cavalo como elemento profundamente ligado aos usos e
costumes do gaúcho, ao seu trabalho e ao seu lazer. São seis lâminas criadas pelo
artista Berega e textos pesquisados pelo professor Raul Pont.
Jornal do Comércio (Porto Alegre), 3 de janeiro de 1980, pg. 12:
Reportagem
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 3 de
janeiro de 1980, pg. 8:
Reportagem
Jornal Folha da Tarde (Porto Alegre), 7 de
janeiro de 1980, pg. 23:
Reportagem
Jornal Zero Hora (Porto Alegre), 25 de fevereiro de 1980, pg. 32:
Reportagem
Jornal Correio do Povo, Suplemento Rural
(Porto Alegre), 13 de junho de 1980, pg. 8:
Reportagem
Jornal do
Comércio, Suplemento Agropecuária (Porto Alegre), 12 de agosto de 1980:
Reportagem
Revista Hippus (São Paulo), nº 14, 1980,
pgs. 22-29:
Reportagem
Jornal do Comércio, Suplemento
Agropecuária (Porto Alegre), 02 de dezembro de 1980:
Reportagem - chamada de capa e pg. 6
ARTE DE BEREGA NO 2º ÁLBUM
SOBRE CAVALOS
Berega veio trazer
seu 2º álbum com 4 lâminas, sobre cavalos, onde usou a técnica do grafite, antes de
lançá-lo no fim de semana que passou em São Paulo, e mostrou a equipe do Suplemento.
O artista gaúcho Berega,
cuja fama já ultrapassou nossas fronteiras, lanlou sábado último em S. Paulo, por
ocasião do IX Leilão do Cavalo Árabe, realizado no Parque da Água Branca o seu 2º
Álbum, onde apresenta técnica de grafite com motivos de cavalos. Berega lançou já dois
anos atrás seu primeiro álbum intitulado Garanhões Árabes - Estudos de Cabeças, que
foi um grande sucesso e teve sua edição esgotada. Proprietário do Estúdio El Basco, na
rua Santo Inácio, 188 ap. 11 - fone 22.2776, Berega apresenta agora neste seu álbum uma
série de quatro lâminas, cujas medidas originais são de 31 x 46,5cm e com tiragem
especial e numerada de 300 exemplares. Como não poderia deixar de ser o lançamento foi
um sucesso completo e o artista gaúcho, natural de Uruguaiana, que também faz trabalhos
em couro a fogo e grafite, sob encomenda, reservou alguns exemplares para seus clientes
aqui no Rio Grande do Sul. Ele esteve em nossa redação para fazer entrega de um destes
álbuns da 2a. edição, que não deixa dúvidas quanto a excelência de seu trabalho e o
situa entre os melhores artistas do mundo nesta arte.
- foto de uma das lâminas que integra o 2º álbum de Berega. Numa de
nossas capas do caderno aparece outra das lâminas do artista gaúcho.
Jornal
do Comércio, (Porto Alegre), 16 de dezembro de 1980:
Reportagem - pg. 6
"Cavalos de Berega"
Aproveitando a
grande festa arabista, foi lançado em São Paulo o maravilhoso álbum com gravuras de
cavalo (de nº 2) elaborados pelo conhecido artista gaúcho Berega que vem se impondo
nacionalmente na difícil arte de pintar cavalos. Aqui no sul este trabalho é
distribuído pela Livraria Editora Agropecuária Ltda. F: (0512) 21.9728.
Jornal
Fert Informa (Porto Alegre), Ano IV, nº36, janeiro 1981:
Entrevista - capa e pg. 8
Pelagens e Tropilhas
Sobre este
tema, Pelagens e Tropilhas, gira o calendário da FERTISUL de 1981.Sempre procurando
contar as coisas da terra riograndense, seus usos e costumes e, principalmente, retratando
a origem histórica do Rio Grande do Sul, a FERTISUL contribui para manter vivo o elo
existente entre passado e futuro , mostrando as ligações e o inter-relacionamento do
tempo através da recordação, da saudade, da informação e do deleite. Para isto,
contou com a colaboração do artista plástico Luiz Alberto Beheregaray (o Berega) e de
Raul Pont, historiador e pequisador, como autor dos textos.
A Vivência
Campeira nos Desenhos de Berega
Luiz
Alberto Pont Beheregaray é o autor das ilustrações dos dois últimos calendários da
FERTISUL, 1980 e 1981. Neles, a vida do campo explode em cada traço e traz à tona a
história da terra gaúcha naquilo que ela teve de mais marcante e significativo.
Desenhando desde pequeno, Berega agora assumiu a sua arte de forma integral. Aqui, ele
conta aspectos de sua vida e de sua obra.
- Eu fui um
piá de estância -
Quando
comecei a desenhar e pintar, isso começou muito cedo, enm casa, iniciei tratando aquilo
que vivenciava diariamente: cachorro, o cavalo, a carreta, o pião. Porque eu fui um piá
de estância e a gente não pode fugir do seu meio. E até agora morando numa cidade
grande, eu carrego estas coisas que marcam muito a gente, pois fui cirado com tudo aquilo
que hoje, infelizmente, pouca criança pode ter: a vivência largada no campo, dos seus
mistérios e da realidade que a vida campeira ensina. A gente, então, não se liberta
dessas coisa, e onde for, creio que isso irá comigo, como foi com meu pai e com meu avô.
Nessa minha atividade contei com o apio da minha família, pois o
desenho sempre foi muito bem aceito no meu meio familiar, tendo todos os seus membros
pendores para as artes. Meu pai não desenhava bem, mas possuia incrível habilidade para
fsaazer coisas. As minhas irmãs também.
Mas o
desenho e a pintura nunca me passaram pela cabeça de uma forma profissional, haja vista
que durante muito tempo exerci outras atividades. Fui bancário, tive escritório de
representações e cheguei a iniciar uma atividade pioneira no Estado - que foi a
importação de coelhos angorás.
- Reativei
aquelas lembranças da infância que nunca havia esquecido -
Foi somente
há pouco tempo atrás que dei o grande passo da minha vida, ou seja, abandonar tudo e
ingressar na vida artística. Ressalva seja feita que eu não possuo formação
acadêmica, nem convivi no meio artístico. Sou um autodidata.
Desse modo, reativei aquelas coisas da infância, que na verdade nunca
haviam se apagado em mim e que as atividades do dia a dia tiravam pouco espaço para que
me dedicasse a elas. Voltando a retratar a vida rural, o fiz de uma maneira tão natural
como se isso sempre tivesse sido a atividade principal de minha vida. Tudo estava muito
vivo em minha memória.
E esta volta recebeu o incentivo de amigos, que direcionaram,
praticamente, minha pintura para o tema cavalos. Isso porque o Brasil estava, neste tempo,
redescobrindo o cavalo. Não de uma forma funcional, mas como um meio de negócio: o
cavalo árabe estava chegando (há quatro ou cinco anos atrás). Através das feiras e
exposições de animais, era intensa a comercialização desses animais e, aliado a isso,
a crise do petróleo trazia de volta o tema cavalos.
Assim, por pedido de amigos e criadores de cavalos, passei a canalizar
meus desenhos para esta temática, retratando alguns dos mais belos animais brasileiros e
do exterior. A partir de então, me dediquei ao estudo do cavalo, fazendo pesquisas em
obras que tratavam do assunto. A não ser alguma obra de cunho didático, quase sempre em
inglês, sobre o cavalo crioulo, praticamente nada editado em português. No que se refere
a anatomia do animal, então a carência é ainda maior.
Foi através de bibliografia importada que consegui formar um razoável
acervo sobre o tema, sobretudo com as obras do inglês George Stubbs, que em 1700 escreveu
a Anatomia do Cavalo, a melhor obra até hoje escrita sobre a anatomia animal.
Comecei a observar também os grandes mestres na arte de pintar cavalos, que iniciou com
Stubbs, Degas, George Nannigs, Rosa Bonnet, e mais recentemente opolonês Koblischek e o
americano Le Roy Newmann.
- O
calendário para mim foi um sonho -
Meu
primeiro trabalho para as empresas Petróleo Ipiranga foi para ilustrar o calendário da
DPPI - Distribuidora de Petróleo Ipiranga. Dentro de uma temática caricata, aproveitando
personagens da minha infância e sofrendo enorme influência do pintor espanhol (argentino) Molina Campos, que durante mais de 20 anos ilustrou os famosos
calendários da Alpargatas, realizei um grande sonho, há muito esperado, de popularizar
minha arte através de um veículo que chegasse aos mais distantes lugares. Foi o que
aconteceu, tendo o calendário alcançado a surpreendente tiragem de 100 mil exemplares,
quando o normal era 30 a 40 mil e me tornado praticamente conhecido em todos os lugares.
Feito o primeiro, em seguida partimos para o segundo, superando as expectativas.
Veio após, o convite para ilustrar o da FERTISUL. A temática então
já seria outra. A FERTISUL já possuia uma tradição de calendários ilustrados por
pessoas de renome, tais como João Batista Mottini, Joaquim Fonseca e Fernando Jorge
Uberti. O trabalho, desse modo, deveria seguir uma linha previamente traçada, com uma
temática mais "comportada", focando-se no sentido didático e informativo,
dentro da filosofia da empresa. O tema escolhido, "O Cavalo e o Transporte" e
neste ano "Pelagens e Tropilhas" atingiu este objetivo. Com textos de Raul Pont,
escritor e historiador e talvez um dos homens que mais conhece a história do Rio Grande
do Sul, tivemos a preocupação de esgotar o assunto pelo aspecto didático e informativo.
E creio que isto foi alcançado, pois me chagem notícias de pessoas que através dos
calendários dão verdadeiras aulas de história do nosso Estado. Isto é uma coisa que
gratifica muito. Sem falar que reportagens em publicações nacionais e internacionais se
referindo aos calendários.
Jornal
do Comércio, (Porto Alegre), 10 de fevereiro de 1981:
Reportagem - pg. 10
A FERTISUL, desde 1976 vem reproduzindo, em seus calendários, temas gaúchos, como
Lendas, Trajes, Usos e Costumes, Lidas do Campo, o Cavalo e o Transporte. Para o
calendário de 1981, adotou como tema, As Tropilhas, contando histórias e acontecimentos
do Rio Grande do Sul. Os povos pastores que habitavam o Pampa, desde as Províncias do
Prata até a primitiva Província de São Pedro, se caracterizavam pelo uso do cavalo. O
domador, tipo expressivo do pago, que transformava o cavalo selvagem em dócil
companheiro, amplia toda sua arte, quando na formação das tropilhas, tendo a paciência
de agrupar equinos pela uniformidade da pelagem. O calendário 81 da Fertisul apresenta
ilustrações de tropilhas de pelagens diferentes, do artista Luiz Alberto Pont
Beheregaray (Berega) e textos do historiador Raul Pont.
Jornal
Folha da Tarde, (Porto Alegre), 10 de fevereiro de 1981:
Reportagem - pg. 2
...
MPM Propaganda enviando calendário editado pela Fertisul, que desde
1976 vem reproduzindo nos mesmos temas gaúchos, como lendas, trajes, usos e costumes,
lidas de campo, o cavalo, etc.. adotando para este ano As Tropilhas, contando histórias e
acontecimentos do Rio Grande do Sul;
...
Jornal
Folha da Tarde, (Porto Alegre), 12 de fevereiro de 1981:
Reportagem - pg. 2
Calendário à gaúcha
A
"Fertisul", desde 1976 vem reproduzindo, em seus calendários, temas gaúchos,
como Lendas, Trajes, Usos e Costumes, Lidas do Campo, o Cavalo e o Transporte. Para o
calendário de 1981, adotou como tema, As Tropilhas, contando histórias e acontecimentos
do Rio Grande do Sul. Os povos pastores que habitavam o Pampa, desde as Províncias do
Prata até a primitiva Província de São Pedro, se caracterizavam pelo uso do cavalo. O
domador, tipo expressivo do pago, que transformava o cavalo selvagem em dócil
companheiro, amplia toda sua arte, quando na formação das tropilhas, tendo a paciência
de agrupar equinos pela uniformidade da pelagem. O calendário 81 da Fertisul apresenta
ilustrações de tropilhas de pelagens diferentes, do artista Luiz Alberto Pont
Beheregaray (Berega) e textos do historiador Raul Pont.
Jornal
do Coméricio, (Porto Alegre), 12 de fevereiro de 1981:
Reportagem - Coluna Junot V. Duarte
A FERTISUL, desde 1976 vem reproduzindo, em seus calendários, temas gaúchos, como
Lendas, Trajes, Usos e Costumes, Lidas do Campo, o Cavalo e o Transporte. Para o
calendário de 1981, adotou como tema, As Tropilhas, contando histórias e acontecimentos
do Rio Grande do Sul. Os povos pastores que habitavam o Pampa, desde as Províncias do
Prata até a primitiva Província de São Pedro, se caracterizavam pelo uso do cavalo. O
domador, tipo expressivo do pago, que transformava o cavalo selvagem em dócil
companheiro, amplia toda sua arte, quando na formação das tropilhas, tendo a paciência
de agrupar equinos pela uniformidade da pelagem. O calendário 81 da Fertisul apresenta
ilustrações de tropilhas de pelagens diferentes, do artista Luiz Alberto Pont
Beheregaray (Berega) e textos do historiador Raul Pont.
Jornal
do Coméricio, (Porto Alegre), 12 de fevereiro de 1981:
Reportagem - Coluna Junot V. Duarte
Fertisul
FERTISUL, desde 1976 vem reproduzindo, em seus calendários, temas
gaúchos, como Lendas, Trajes, Usos e Costumes e outros. Neste ano o assunto escolhido
foram as "Tropilhas", contando histórias e acontecimentos da terra gaúcha. As
ilustrações são do artista Luiz Alberto Pont Beheregaray (Berega) e textos do
historiador Raul Pont.
Jornal
Correio do Povo, Suplemento Rural (Porto Alegre), nº 1189, 05 de junho de
1981:
Reportagem
A Quadrilha na Região da Serra
- OS TORDILHOS DA ESTÂNCIA
DO CATI - No município de Livramento, nos primeiros tempos da República, o cel. João
Francisco Pereira de Souza teve a Estância do Cati, que também era Quartel da Brigada de
Cavalaria, criada por Júlio de Castilhos, para guarnecer a fronteira. Comandada pelo cel.
João Francisco a força contava com 300 tordilhos, uma tropilha que deixou nome.
Em seu aprazível volume
"Fundação e Evolução das Estâncias Serranas", escreveu o campeiro Aristides
de Morais Gomes: - "Vinham também as quadrilhas de luxo, de vários pêlos. Ali
estavam os cavalos crioulos de marcha troteada para o patrão e para os amigos. Os de
marcha batida para as patroas. Os de marcha galopada para as prendas; e os ágeis e
fogosos para os moços".
"Era motivo de orgulho para o estancieiro, quando podia franquear
a melhor tropilha ou quadrilha de luxo para um amigo escolher um excelente cavalo, mesmo
que fosse o de sua preferência e estima".
E quanto à existência de tropilhas na região serrana, o criador
bageense, engº agrº João Paes Vieira recorda que em sua mocidade conheceu tropilhas de
tobianos negros. E também uma de oveiros chitas, esta em Júlio de Castilhos, na
estância de Neco Correa de Barros.
- ALVORADA TEM SEUS MOUROS AMADRINHADOS - A tropilha forma para o
fotógrafo deste Suplemento. Na ponta, a bragada malacara, a madrinha com seu cincerro
típico que mantém entabulados os mouros da Estância Alvorada, do campeiro José Câmara
Fagundes, situada em Uruguaiana. O proprietário, amigo da antiga fazenda rio-grandense,
cultiva zeloso as boas tradições gaúchas que merecem sobreviver.
Tropilhas e
Quadrilhas Nas Antigas Estâncias Gaúchas
Em tempos idos as grandes estâncias tinham, além dos costumeiros
cavalos de serviço, uma tropilha de estimação, mantida em invernada separada.
A tropilha era formada por cavalos mansos, admitindo-se também baguais
em plena fase de doma, ainda de rédea. Todos eram do mesmo pêlo. As pelagens mais em
voga eram tordilho, gateado e mouro. O número de animais numa tropilha variava muito indo
de 20 a 50 cavalos.
Naqueles tempos só se encilhava cavalo, pois montar numa égua era
vexame para o gaúcho. As tropilhas, por esse motivo, não se formavam com éguas.
A tropilha era sempre apresentada bem tosada a cogotilho, sem franja e
sem topete. Deixavam bastante pega-mão e cola a tocar nos machinhos. A cola sempre atada
quando em serviço.
Era bem ensinada de forma. Isto é, ao estender um laço na mangueira
ou no campo, para se fazer a muda do cavalo, a tropilha enfileirava de frente para o laço
estirado, tocando-o com os encontros. Aos gritos de "forma ca´alo" ou de
"frente ca´alo", os animais todos ficavam firmes, deixando-se embuçalar
facilmente.
Era usual que a tropilha fosse amadrinhada, reunida na invernada em
torno de uma égua denominada "égua madrinha", égua que ninguém ensilhava e
que era chucra geralmente. A égua que podia ser qualquer pêlo, trazia no pescoço um
cincerro preso por uma tira de couro crú bem sovado.
A égua madrinha, como diziam os gaúchos, era do andar dos
passarinhos. Não era domada do andar, mas era manuseada de baixo e costeada de laço, a
fim de se manter calama quando na forma.
Parece que o retinir constante da campainha acostumava os cavalos a
conservarem-se junto, atraídos pelo pequeno sino.
Havia estância que chegava a ter duas tropilhas, naturalmente de
pelagem diferente.
No geral o patrão não permitia que sua tropilha fose utilizada em
tropeadas, pois não era do seu agrado que tais cavalos saíssem dos campos de sua
propriedade. Também não permitia que fossem montados por estranhos. Somente por peães
da estância ou por pessoas conhecidas e campeiras.
Uma semana antes de ser metida no serviço traziam a tropilha para a
mangueira para aparar os cascos e retocar o toso. Os animais eram então adelgaçados com
nados no açude.
Era motivo de orgulho para o fazendeiro exibir sua tropilha aos
vizinhos, formada só por cavalos bem domados, de boa rédea, sãos de lombo e em bom
estado.
Montados por gaúchos experimentados nas lides do campo que raramente
rabonassem uma rês ao ser aparado rodeio para o sinuelo; ou que errassem um tiro de laço
campo afora.
Uma estância grande chegava ter 50 cavalos mansos de uma só pelagem.
E isso ainda no presente século. Como exemplo podemos que aí por 1920 a Estância Santa
Regina, no Rosário, de propriedade da sra. Paulina Salles de Carvalho tinha mais de 200
cavalos mansos. E a manada com éguas de cria e potrilhos passavam de 500 cabeças. Era
uma estância de pouco mais de uma légua de sesmaria. Tinha tropilhas de tordilhos, baios
e lobunos.
Outro exemplo de tropilha ainda nos tempos em que correm: o
"Correio do Povo" aí por 1930 publicou uma foto de uma tropilha de Raphael B.
Gonçalves e Filhos; eram 23 cavalos todos tordilhos.
A QUADRILHA
Em épocas passadas dava-se este nome a um lote de seis a 12 animais,
cavalos ou éguas, mansos e de qualquer pêlo. No geral a quadrilha pertencia a um gaúcho
pobre, bem campeiro e muito vaqueano. Gaudério, vivia de pago em pago, a procura de
serviço de campo. Chegando a uma estância grande, justava-se somente para o serviço a
cavalo e com toda a sua equipagem, constituída dos arreios, ponche, laço e demais
apetrechos campeiros. Da estância só recebia a manutenção.
A quadrilha como diz o nome era formada por animais enquadrilhados,
sempre juntos, mesmo quando em campo aberto. O gaúcho não se locomovia a não ser com
sua quadrilha por diante, sempre unida. Passando por campos alheios ou ao ser solta numa
invernada, dificilmente um animal se dispersava dos outros, embora a quadrilha não
tivesse égua madrinha, como acontecia com a tropilha.
Os animais da quadrilha eram bem tosados a cogotilho. Geralmente com
uma franja no alto da testa. Muitas vezes tinha uma mecha ou negalho de crina caindo em
meio da tábua do pescoço. A cola vinha aparada um palmo abaixo do garrão: sempre atada
quando em serviço ou a passeio.
Eram animais mimados: não eram de empréstimo nem de venda. Sempre de
lombo liso e sem qualquer marca de basteira. Delgados e gordos, só peito e anca, estavam
prontos para enfrentar qualquer serviço ou viagem, a qualquer distância ou rumo.
A quadrilha era orgulho do gaúcho, o seu dono, sendo também todo o
seu capital e meio de ganhar a vida.
Texto de Raul Annes Gonçalves
- PRESENTE DE CASAMENTO - Ao casar, em Rio Pardo, Francisca Bernardina de Magalhães
recebeu de seu padrinho, criador em São Sepé, uma tropilha de potrancas zainas. O
desenho por BEREGA que ilustrou o Calendário dos Adubos Ipiranga, retrata a viagem por
terra, de Rio Pardo a Uruguaiana, que Bernardina e seu esposo, Joaquim dos Santos Prado
Lima, fizeram ao fundar a Estância dos Prados na Lagoa da Música.
A ÉGUA MADRINHA
O que diz o gaúcho
argentino da "égua madrinha"? - Em 1902, Carlos Lemée publicava na cidade de
La Plata a terceira edição de seu "El Estanciero". Eram 3 volumes como hoje
não mais se escrevem. Lembra o trabalho que teve Eduardo Cotrim, o paulista que em 1913
deu aos criadores brasileiros a monumental "Fazenda Moderna". Os que tiveram
ensejo de conhecer a tarefa de Cotrim, com detalhes práticos sobre a vida no campo,
poderão fazer idéia do manual que Lemée escreveu para seus patrícios. Repleto de
conselhos e idéias práticas, hoje valem como um retrato escrito de como era a estância
argentina em fins do século passado. Como estamos hoje falando sobre
"quadrilhas" e "tropilhas", motivado pelo excelente calendário que a
Ipiranga imprimiu, reproduzindo as artísticas estampas do uruguaianense Luiz Alberto Pont
Beheregaray que pintou, em couro, algumas tropilhas antigas, vamos dar a nossos leitores o
que o argentino Lemée, profundo conhecedor da vida gaúcha, dizia em 1900da "égua
madrinha".
Tratando em seu volume segundo, da formação e manejo da tropilha,
assim escreve o autor sobre a "madrinha":
"Põe-se um cincerro na égua que se destina para
"madrinha" da tropilha. Deve-se com antecipação amansar de baixo a égua
escolhida para ser "madrinha". Deve ser manuseada estando maneada mas sem
atá-la no palanque para que "no afloje el pescuezo". Depois do galope da tarde
(o autor está tratando da doma de potros para formar a tropilha) os redomões e a égua
madrinha ficam em um potreiro ou em uma "quinta" onde não haja outra égua. E
assim os redomões vão se amadrinhando."
Lemée previne que pode acontecer que algum redomão se aparte da
tropilha em formação. Caso isso aconteça ele aconselha, como remédio, que o animal
seja acolheado à égua madrinha, mas somente por poucas horas durante o dia.
Ainda da Argentina, e registrando que o costume ter a égua
madrinha com cria ao pé mantendo unida a tropilha, temos os seguintes versos. São de
Dario H. Anagassi:
"Tengo tropilla entablada;
La madrina és colorada
Y tiene un potrillo ruano."
Fonte: Anais da Associação Argentina de Criadores de Cavalos
Crioulos, número de setembro de 1930.
E ainda falando em égua madrinha, deve-se dizer que era usualmente
escolhida de pêlo diferente, para fazer contraste com a pelagem da tropilha. Assim, numa
tropilha de tordilhos, ficava no jeito ter uma madrinha de pêlo negro, tapado.
- TROPILHAS DE MULAS ZAINAS NEGRAS - Mariano Pimentel, de Santo
Antônio da Patrulha, criador e comerciante de mulas, que em épocas passadas foi negócio
florescente entre a Serra e a Fronteira, tinha organizado várias tropilhas de mulas, uma
delas de êlo zaino negro, acima reproduzido.
A Tropilha Não
Morreu
O amor pelas tropilhas não acabou. Muito embora sejam cada vez menos
as grandes estâncias, onde era possível ter 20 ou mais cavalos mansos de um só pêlo,
ainda há criadores que se empenham em manter uma tropilha. Há exemplos de pequena
fazenda onde o criador conseguiu formar sua tropilha. É claro que não foi de animais
todos de uma só marca, pois foi obtendo um aqui outro acolá. E não faltou amigo que lhe
fizesse presente de um cavalo de pêlo escolhido para ajudar a formar a tropilha.
Vários municípios da campanha ainda tem tropilhas. De cavalos ou de
éguas. E até de mulas. E os pelos vairam, apoiando-se na lembrança do passado.
Praticamente todos os pelos são usados embora sejam mais frequentes os
gateados, zainos, tordilhos e mouros.
E também oveiros como o do agrônomo Francisco Boffil que conseguiu
formar dessa antiga pelagem, para uso em sua fazenda, no município de Uruguaiana.
Neste município da fronteira oeste são muitas as tropilhas. Não há
registro das estâncias que primam por manter uma tropilha, fiéis à tradição de seus
maiores. E entre os vários criadores uruguaianenses que conservam tropilha em seus
campos, podemos citar José Câmara Fagundes, com uma de mouros em sua Estância Alvorada.
O engº Francisco Martins Bastos escolheu o pêlo tordilho, para formar a tropilha que tem
na Estância Itapitocai.
Na Cabanha Santo Ângelo, do engº agrº Ângelo M. Bastos Filho há
duas, uma de vermelhos e outra de gateados. A de gateados formada por cavalos e éguas.
A sucessão Renê Ormazabal tem a sua de gateados; e também uma de
mulas zainas, que tem comparecido aos concursos de tropilhas que há vários anos vem se
realizando em Uruguaiana, promovidos pelos amigos das tradições campeiras.
Outros criadores com tropilhas são o veterinário Flávio Tellechea,
com duas, uma de lobunos e outra de mouros, na Cabanha Paineiras.
Estância Nazareth, do dr. Luis Martins Bastos, também tem duas: de
gateados e de oveiros.
De zainos é a tropilha de Colmar Duarte. Estes criadores ao lado de
outros mais, vêm conservando a tradição. Vem continuando a prática de seus
antepassados como Francisco Carvalho, que na antiga Estância Charrua tinha diversas
tropilhas de pelos vermelho, tordilho e gateado. E outro criador de geração passada,
Ângelo Martins Bastos, em suas fazendas tinha tropilhas de tordilho, gateado, vermelho e
alazão.
Bagé é outro município a manter vivo o amor pelas tropilhas. Os
criadores Belisário Sarmento e dr. Roberto Suñe figuram entre os bageenses atuais que
possuem tropilhas no serviço da fazenda.
Ainda em São Gabriel, a Estância do Bolso, dos irmãos Geraldo e
Carlos Estranzulas Pereira de Souza, tem atualmente suas tropilhas e uma quadrilha. Ao
todo são 80 animais de serviço, cavalos e éguas, todos da raça crioula. Estão
distribuídos separados em quatro tropilhas, regulando 18 animais cada uma. São de pêlo
zaino, rosilho, douradilho e tordilho. E mais uma quadrilha, naturalmente, de vários
pêlos. São animais de formar em qualquer lugar, sem precisar de laço estendido.
- ÍNDIOS TAMBÉM TINHAM TROPILHAS - Escreve o prof. Raul Pont,
biógrafo e historiador uruguaianense, autor do texto das 6 estampas do Calendário
FERTISUL - ADUBOS IPIRANGA, que o cacique Cloyan formara uma tropilha de oveiros, tanto
vermelhos como negros. Vistosos e corredores.
Minha Tropilha de
Baios
Criador desde 1927 e sempre em sua Estância dos Vales, no município
de São Gabriel, fazenda de herança paterna, o engº agrº Jomar Valle mantem-se fiel ao
Devon e ao cavalo crioulo, de que tem há mais de trinta anos duas manadas puras.
Teve uma tropilha de baios que em 1971 descreveu em versos, dos quais
publicamos a seguir algumas quadras. Os animais da tropilha erama todos de uma só marca,
nascidos e domados na fazenda. E, mais ainda, filhos do mesmo pastor crioulo, Adquirido em
1943 de Cipriano Munhoz, o garanhão conservou-se durante 14 anos na manada, gerando baios
suficientes para formar a tropilha usada no serviço da estância.
MINHA TROPILHA
Minha tropilha de baios,
Só de baios amarelos,
Me traz a visão de poemas,
Extravagantes e belos.
Não sendo na cor das crinas,
A tropilha modelada,
Mas no traço distintivo
Do pêlo baio gemada.
Algum que outro cabos negros
Não destoa dos ruanos
Na tropilha cor de ouro
De amarelos soberanos.
Da minha marca são todos
E os tenho na mesma conta
Na inspiração de emoções.
Recordam páginas vivas
Donde o passado desponta,
Repontando, redivivas,
Nossas velhas tradições.
O pêlo belo teve apreço no passado. Não só aqui no Estado como no
Prata. Veja-se o trecho à seguir de carta de 10 de setembro de 1925 onde o missivista,
criador argentino Don Jorge L. Dowdall recorda viagem a cavalo que fez para comprar gado e
ver uns campos que estavam à venda em La Pampa - "En julio de 1905 sali de Rancul
con un peon con 10 bayos... Salimos a revisar unos campos que vendia en esta epoca el
Banco Hipotecario Nacional a $4 en la Seccion de la Pampa".
A carta do antigo criador, divulgada no nº2, de 1926, dos Anales de la
Asociación Criadores de Criollo, da Argentina, faz comentários sobre a resistência dos
baios durante a tropiada.
- O CIGANO OFERECEU 50 LIBRAS DE OURO - A tropilha de gateados vinha
pela estrada. O chefe dos ciganos encantou-se com os gateados e propô-se a comprá-los.
Abordou o estancieiro que recusou a oferta: a tropilha, todos de mesma marca e crioulos da
fazenda, não era de venda.
Jornal
Correio do Povo, (Porto Alegre), 04 de outubro de 1981:
Reportagem e Entrevista
Usos e Costumes Gaúchos
serão Preservados
Na era pré-histórica pintavam-se cavalos bravos nas paredes das
grutas. Ficou assim registrada a atração que este animal sempre exerceu sobre o homem,
tornando-se, com o tempo, seu fiel companheiro. Em estados de origem rural, como o nosso,
ele ainda hoje desempenha papel significativo. O artista plástico Luiz Alberto Pont
Beheregaray, Berega, fala a respeito de seu trabalho, em que o cavalo ocupa posição de
destaque em especial o árabe. Ele explica também o que será o "Elucidário do Rio
Grande do Sul" no qual pretende deixar gravados usos e costumes gaúchos.
"Venho mexendo com desenho e pintura desde guri, quando vivia em
estância. Por isto mesmo, meu tema é o campo e especialmente o cavalo. No início, fazia
para mim mesmo e para presentear os amigos. Com o tempo, otei pro profissionalizar o que
vinha fazendo informalmente", diz Luiz Alberto Pont Beheregaray, que assina Berega em
seus trabalhos.
No living de sua casa decorado com peças de cobre, porcelana e prata,
não faltam suas próprias obras. Lá estão belas cabeças de cavalo junto com quadros de
outros artistas. Sua característica fundamental é a arte-retrato.
Ele diz não conhecer outro artista plástico no Brasil que se dedique
a este trabalho. Em geral, os artistas apresentam o cavalo através de uma visão pessoal,
mas sem a preocupação da definição da raça.
Sobre esta arte específica, Berega relembra com entusiasmo pintores da
velha e tradicional Inglaterra, onde o cavalo ocupou posição de destaque, entre a
nobreza. Basta lembrar a figura atual do Príncipe Charles, um aficcionado jogador de
pólo.
"A Europa", diz Brega, "sempre teve pintores equestres.
E a cavalaria, através da história, evidenciou uma distinção social. O povo era
infantaria, enquanto a cavalaria pertencia aos aristocratas. Isto pode ser observado até
em filmes. O cavalo servia para esporte ou guerra e, em ambos os casos, era aproveitado
por pintores especializados. Alguns se tornaram famosos como George Stubbs, que estudou
profundamente a anatomia do cavalo através da dissecação do cadáver do animal. Com a
perfeição que alcançou em seu trabalho, acabou caindo nas graças da corte e
enriquecendo com esta atividade".
MUDANÇA DE VIDA
"A gente nãp pode fugir de seu meio. Assim, carrego pela vida
afora a estância em que me criei e onde comecei os primeiros rabiscos, sempre procurando
representar o que me rodeava: o peão, a carreta, o cachorro e o cavalo".
"Meu pai não sabia desenhar, mas tinha grande habilidade manual,
o que transmitiu a todos os filhos. Minhas irmãs fazem maravilhas em trabalhos
manuais".
Berega já foi bancário e depois se dedicou à criação de coelhos
angorás, um empreendimento pioneiro no Estado, visando a fabricação de cachemere.
Posteriormente se dedicou ao comércio. Mas as tintas e pincéis nunca ficaram aprados,
sendo usados nas horas vagas, até que resolveu optar profissionalmente por aquilo que
fazia apenas por lazer.
Autodidata, só agora Beheregaray se dedica ao estudo técnico de
tintas e pigmentos. Está encantado com a tinta acrílica, que considera o "óleo do
século XX".
SONHO SECRETO
Além das pinturas em tela e couro, Berega tem desenvolvido a
arte-caricata. Já publicou também, dois álbuns sobre cavalos, feitos em grafite com
reproduções em off-set que cehgaram, inclusive, às mãos do presidente Figueiredo. O
próximo álbum, que faz parte dos planos imediatos do artista, será em serigrafia.
A arte-caricata é uma das suas paixões. Desde guri esteve envolvido
com a literatura regional da Argentina, da qual recebeu muita influência. No Brasil,
então, inexistia este tipo de literatura. Este interesse fez com que colecionasse os
então famosos calendários das alpargatas argentinas, ilustrados por Molina Campos,
espanhol radicado na Argentina.
Molina, por quem Berega sempre demonstrou admiração, retratou cenas
de campanha em linha caricata e irônica. "Tenho dele 50 lâminas adquiridas em
antiquários. Durante mais de 20 anos ele ilustrou os calendários, deformando com humor
pessoas e cavalos, a partir de grande conhecimento de anatomia". Desde criança o
pintor-equestre gaúcho tentava copiar ou imitar sua obra.
"Eu tinha um sonho secreto: fazer um calendário semelhante aos
dele. Certo dia, o diretor de uma empresa soube deste meu desejo. Como o tema entrava
dentro de seu espírito, interessou-se. O primeiro calendário alcançou grande
repercussão com seus 30 mil exemplares, rapidamente esgotados. Isto foi em 79. No ano
seguinte, a iniciativa foi repetida. O calendário de 81 não chegou a ser ediado, mas
provavelmente sai o de 82, dentro da mesma linha irônica, em que são representados cenas
e tipos característicos do campo", diz Berega.
ELUCIDÁRIO
Há um trabalho inédito que vem entusiasmando o artista. Ele pretende
denominá-lo "Elucidário do Rio Grande do Sul". Ele quer deixar gravado,
através do desenho, usos e costumes do gaúcho. Esta é uma forma, segundo Berega, de
preservar nossa tradição.
Dos seis tipos diferentes de fazer nó em lenço, hoje são conhecidos
apenas dois ou três. Através de entrevistas e muita pesquisa, Berega procura levantar
todos os dados possíveis, para que não se percam através do tempo. "Minha
intenção é preservar estes costumes que estão expirando ou mesmo já morreram."
Assim, vão sendo revividos os diferentes tipos de arreio, relho, as
várias formas de amarrar a cola do cavalo, as diversas moradias, mobiliários, jogos,
etc., registrados de forma gráfica.
Escolheu o termo elucidário porque objetiva "elucidar" uma
série de usos e costumes desconhecidos. "Minha preocupação é didática, para que
crianças e jovens valorizem o que pertence ao nosso passado. Muitas vezes, conhecem
melhor a biografia de Lincoln do que a de Bento Gonçalves. Há anos, venho coligindo
dados. Argentina e Uruguai possuem várias obras dentro desta temática. No Rio Grande do
Sul, isto é inédito, já que há distinção entre os nossos hábitos e os dos países
do Prata.
Depois de muitos estudos, Berega diz que o elucidário o está
empolgando, já que há muita coisa a ser descoberta, como a origem da bombacha, que
parece remontar à guerra da Criméia. "A bombacha se revelou uma vestimenta muito
funcional, tanto para andar a pé como a cavalo, tendo entrado no Estado através do
Uruguai."
"Este trabalho está me entusiasmando pela condição de pesquisa
e pela possibilidade que poderá significar para as novas gerações. Será um livro
visual, baseado em ilustrações. Além disto, mostrará o linguajar gauchesco, estudado
por Dante de Laytano. Venho arquivando palavras utilizadas na fronteira-oeste, muitas só
conhecidas na região de Uruguaiana, ainda não dicionarizados e que formam quase um
dialeto. É um vocabulário em fase de extinção, pois a geração atual praticamente
não o está mais empregando".
Revista Hippus - Edição Especial Árabes,
(São Paulo), nº 26-A, novembro de 1981:
Reportagem - pg. 48-49.
ARTE: BELEZA EQUINA
MERECE LOUVOR SÓBRIO
OS TRAÇOS DELICADOS DOS CAVALOS ÁRABES INSPIRAM A DELICADEZA DO
TRAÇO - Temos, aqui ao lado, magníficos desenhos de Berega - pseudônimo de
Luiz Alberto Pont Beheregaray, um gaúcho de Uruguaiana, cuja obra já focalizamos (veja Hippus,
nº 14, página 22), e que se dedica ao cavalo como tema, em geral. No entanto, só os
criadores... [falta]
Revista A Granja (Porto Alegre), nº 408, Ano
37, janeiro 1982, pg. 39:
Reportagem
Jornal
Correio do Povo, Suplemento Rural, (Porto Alegre), 23 de abril de 1982:
Reportagem
GAÚCHOS E CAVALOS
Gaúchos e Cavalos é o título dado por Berega ao seu mais recente
trabalho, que estará sendo lançado neste fim de semana em Jaguarão. Exatamente o
trabalho funcional dos nossos crioulos montados, são o motivo dos "bicos de
pena" que o artista concluiu num álbum de seis lâminas, que começará a ser
vendido.
Na mesma oportunidade estará sendo exibido um quadro a cores da
cabeça de um cavalo, realizado por por sugestão dos organizadores da exposição
funcional que se realiza em Jaguarão, e que deverá ser leiloado entre os crioulistas que
seguramente prestigiarão a promoção da ABCCC.
Jornal
Correio do Povo, Suplemento Rural, (Porto Alegre), 30 de abril de 1982:
Reportagem
Berega, pintor e artista
consagrado das coisas campeiras do gaúcho e um apaixonado pelo cavalo, produziu para esta
exposição funcional um álbum com seis desenhos a bico de pena que foram lançados no
fim de semana. Face à exiguidade do tempo, apenas poucos álbuns tiveram suas impressões
terminadas, o que foi uma passada quando colocados à venda. Berega, ainda, pintou, sobre
couro a cabeça de Crioulo gateado, que foi leiloado entre os criadores. Por 52 mil
cruzeiros, Carlos Alberto Bastos adquiriu o trabalho, e ofereceu o quadro ao Sindicato
Rural de Jaguarão, em nome dos criadores de Uruguaiana, para que simbolizasse a
confraternização crioulista que as exposições funcionais tem permitido.
Jornal do Comércio, suplemento JC
Agropecuária (Porto Alegre), 24 de abril de 1985, pgs. 4 e 5:
Reportagem
Crioulos
de Pelotas é a maior do mundo (chamada
da capa do Suplemento)
Exposição de Pelotas
vendeu 794,4 milhões
...
O criador Luís Carlos Levy doou para a ABCCC um óleo retratando
Emílio Mattos, o grande impulsionador da criação Crioulo no Brasil.
...
Revista Cavalo Árabe - ABCCA (São Paulo),
nº 50, 1986:
Reportagem - pg. 17
Don
Hernán Ayerza frente a sede do Haras El Aduar
desenho de Berega
Revista Cavalo Árabe - ABCCA (São Paulo),
nº 52, 1986:
Reportagem - pg. 43
Gailan,
em quadro feito por Berega, segundo fotografia do mesmo por D. Hernán Ayerza.
RBS TV - Uruguaiana, Jornal do Almoço
(Uruguaiana), setembro 2000, noticiário do meio-dia:
Reportagem
Jornal Cidade, suplemento Cultura
(Uruguaiana), nº 694, 05 de setembro 2000, capa do suplemento:
Entrevista
Jornal Cidade (Uruguaiana), Ano IX, nº 697,
08 de setembro 2000, capa:
Reportagem
Homenagens ao artista - O artista plástico Berega é o principal homenageado na Semana Farroupilha. Ele acendeu a chama farrapa.
Semana Farroupilha
inicia com chuva e frio - Farta programação iniciou na quarta-feira com a chegada da
Chama Crioula, na praça Farroupilha.
...
Ontem pela manhã, a
programação das atividades relacionadas aos festejos tiveram sua continuidade com a
realização da Sessão Especial do parlamento municipal em homenagem a Luiz Alberto Pont
Beheregaray (Berega), com a entrega da comenda Dom Luiz Felipe de Nadal, oferecida ao
artista plástico pela Ráqdio São Miguel e entregue pelo diretor Miguel Ramos.Nascido em
Uruguaiana Berega residiu por muito tempo na capital do Estado. Seu trabalho tem na
temática gauchesca, a principal característica, enquadrando-o no que os platinos
costumam denominar como pintor "costumbrista", segundo referenda o coordenador
da Semana Farroupilha, Luiz Machado Stabile. "Cavalos e gaúchos são destaque em sua
obra", diz ele.
Retratos de sua autoria encontram-se em coleções particulares de
criadores de vários estados e do exterior. Berega é autor, das ilustrações dos
calendários da Fertisul - Adubos Ipiranga; calendário CCGL e da Distribuidora de
Petróleo Ipiranga, desde 1979. Seus álbuns encontram-se na biblioteca do Congressodos
Estados Unidos. Durante a cerimônia, o destaque ficou por conta do pronunciamento
do tradicionalista Milton Souza.
...
Jornal Diário da Fronteira (Fronteira Oeste
RS), Ano I, nº 186, 15 de setembro 2000:
Reportagem - chamada de capa, matéria pg. 9
'Berega' é homenageado na Câmara de
Vereadores
O uruguaianense Luiz Alberto Pont Beheregaray, conhecido como
'Berega', é, atualmente, um dos artistas plásticos mais renomados do Estado, tendo seus
álbuns de desenhos (Garanhões Árabes - Estudos de Cabeças, de 1977; Cavalos - Desenhos
de Berega, de 1980 e 1983; Garanhões Árabes, 1982; e Gaúchos e Cavalos, de 1982)
arquivados na maior e mais respeitada biblioteca do mundo: a Biblioteca do congresso dos
EUA.
Este uruguaianense ilustre, tem guiado a temática de seu trabalho
sobre o gaúcho, seus usos e costumes e, mormente, sobre seu melhor amigo: o cavalo.
Utilizando-se de técnica prórpia e original (tinta sintética sobre
couro), o artista destaca-se quando pinta equinos, em um estilo surpreendemente realista
lembrando, por vezes, o hiper-realismo lançado nos EUA na década de 1960.
Já seus desenhos sobre usos e costumes gauchescos o colocam a nível
de um 'cronista do pincel', tratando com bom humor as tradições de seu Estado.
Conhecido popularmente pelas ilustrações que fez para calendários da
Fertisul, da CCGL e, principalmente, da Distribuidora de Petróleo Ipiranga, o artista tem
quadros seus enfeitando as coleções de criadores em vários estados brasileiros e em
vários países da América e Europa, além de terem sido presenteados ao, então,
presidente João Batista de Oliveira Figueiredo, ao ex-vice-presidente Aureliano Chaves e
ao ex-presidente do Uruguai, Julio Maria Sanguinetti.
Este ano, como parte dos
festejos da Semana Farroupilha, o artista está sendo homenageado em sua terra natal,
através de uma exposição no Centro Cultural Dr. Pedro Marini, que funcionará até o
dia 30, e através de uma sessão solene realizada ontem (14), na Câmara de Vereadores de
Uruguaiana.
Organizada pela coordenação dos festejos da Semana Farroupilha, a
homenagem prestada na Câmara constituiu-se em um justo tributo do povo uruguaianense a um
dos seus filhos mais ilustres, que leva a cultura e as tradições desta terra aos mais
distantes confins do planeta, como uma arte, ao mesmo tempo, regional e universal.
Revista Uruguaiana Sem Fronteiras (Uruguaiana), Ano I, nº 006, 2000:
Reportagem - pg. 14
Semana Farroupilha 2000 - 1º Desfile Temático Uruguaiana 154 anos
O
HOMENAGEADO: LUIZ ALBERTO PONT BEHEREGARAY (Berega).
Nascido
em Uruguaiana residiu por muitos anos em Porto Alegre.
Seu trabalho na temática gauchesca enquadra-o no
que os platinos denominam pintor "costumbrista".
Cavalos e gaúchos são destaque em sua obra. Em
suas pinturas de cavalos mostra um estilo realista dentro de uma técnica própria e
original: tinta sintética sobre suporte de couro. Retratos de sua autoria encontram-se em
coleções particulares de criadores de vários estados e do exterior: Argentina, Uruguai,
Paraguai, Estados Unidos, Suécia, Alemanha entre outros.
Autor, por muitos anos, de ilustrações dos
calendários da Fertisul Adubos Ipiranga; calendário CCGL (Cooperativa Central Gaúcha de
Leite Ltda) e da Distribuidora de Petróleo Ipiranga, desde 1979.
Seus álbuns de desenho encontram-se na biblioteca
do Congresso dos Estados Unidos, teve seus trabalhos várias vezes focalizado pela Revista
Hippus, de São Paulo e é membro da Society of Equestrian Artists (EUA).
Jornal Zero Hora, Suplemento Segundo Caderno -
Cultura (Porto Alegre), 11 de maio de 2002:
Ilustração para matéria - capa
O herói marginal
José Borges do Canto, o aventureiro que pôs os
espanhóis a correr do antigo território das Missões, é uma figura esnobada pela
História. Aos 26 anos, em 1801, ele e um bando de arruaceiros tomaram campos do noroeste
e oeste gaúcho e ajudaram a desenhar o que é hoje o mapa do Rio Grande do Sul. Os
portugueses ganharam cerca de 40% da atual área do Estado. Um estudo do historiador
Fernando Camargo, publicado agora em livro, mostra que Borges do Canto foi esquecido
porque era um marginal incurável. O desprezo dos vitoriosos pelo herói maloqueiro - uma
definição dos uruguaios - acabou forçando a versão ressentida dos derrotados: o
território português deve sua expansão à ação voluntariosa de um grupo de
fora-da-lei, sem qualquer articulação com a Coroa.
...
Borges do Canto em retrato pintado por Luiz
Alberto Beheregaray, o Berega.
...
Jornal Zero Hora, Segundo Caderno (coluna David
Coimbra) (Porto Alegre), 07 de novembro 2002:
Reportagem
Jayme e Berega
Por esta altura do ano, a turma da década de 70
ficava na expectativa para conseguir os calendários da Ipiranga com textos de Jayme
Caetano Braun e ilustrações do Berega. O I da Ipiranga o
Berega escondia no desenho. Numa lata de óleo jogada num canto, num cartaz colado em um
poste. Meses atrás, a Artes & Ofícios resolveu lançar três livros do Jayme. O
editor Luís Fernando de Araújo queria o Berega para ilustrar as capas.
Achou-o em Uruguaiana e desencavou uns desenhos antigos dele. As capas ficaram uma beleza,
como se vê por essa ilustração, que está na capa de Paisagens Perdidas. Os
poemas? Deguste um:
Dicionário
crioulo
CUSCO
é o cachorro campeiro
No dicionário do pago,
O GAUDÉRIO é o índio vago
Que vai cruzando a existência...
A CHINA é a flora da inocência,
Feita por Nosso Senhor,
Para com graça e amor
Ser dona desta querência!
O POTRO - é o cavalo xucro
Que deixou de ser POTRILHO,
Depois de levar lombilho
Já se chama REDOMÃO
Jornal Cidade, suplemento Folha de Cultura
(Uruguaiana), nº 923, 26 de novembro 2002, capa do suplemento:
Reportagem - Maria da Graça Bermúdez
Berega, arte em branco e preto - Estudos, desenhos, esboços rabiscos inéditos em
exposição na Galeria Graffiti.
Um pouco da arte de Berega que estava na gaveta será mostrada a partir desta
quinta-feira, 29/11, na Galeria Graffiti, coincidindo com a abertura da Califórnia da
Canção Nativa. A exposição se compõe de estudos desenhos, esboços, organizados pela
família e levados ao público em justa deferência ao artista uruguaianense que hoje,
impossibilitado pelas mazelas da vida, não pode mais produzir. São muitos e belos
trabalhos: alguns inacabados; outros sequencia de esboço, porém indelevelmente dentro do
estilo Berega, onde o cavalo é o centro das atenções; e o preto e branco do lápis
representa a primeira etapa da construção das imagens pictóricas. Uma boa parte da
coleção estará à venda.
Segundo Gilda Bastos, marchand da Graffiti e amiga pessoal do casal
Berega, a "exposição me envolveu com intusiasmo, independente da admiração
pessoal pelo artista., mais ainda por ser uma exposição de trabalhos inéditos que
serão mostrados à sua terra."
Luiz Alberto
Pont Beheregaray, uruguaianense, completa em maio de 2003, 70 anos. É
casado com Regina Núria Crespo Beheregaray. O casal tem dois filhos: Claryssa e Rodrigo,
estes acompanham a trajetória artística do pai. Hoje colaboraram na organização da
mostra.
Desde guri foi chamado para as lidas do desenho e do pincel, pelo
inegável chamado do talento num aprendizado autodidata. Foi na vivência junto à
estância que observou as cenas, percebeu a paisagem e os objetos que a compunham, em
especial o cavalo e traçou sua temática gauchesca.
Foi para Porto Alegre em 1958, fez aulas no Atelier do Instituto de
Belas Artes na capital e desenvolveu uma técnica pessoal de pintura no couro.
Experimentou, ajeitou, acertou e foi considerado um pintor "costumbrista".
Uma mistura de paixão pela arte e compromisso com ela aliado ao
profissionalismo do trabalho pela encomenda solidificou sua performance e o espaço
telúrico povoou seus trabalhos e suas obras se espalharam pelo Brasil.
O cavalo... É um animal fantástico, diz Berega. Tem uma harmonia
impressionante, uma musculatura muito difícil de marcar e nuances completas, de serem
pintadas". Mesmo assim, depois de estudar cada desenho, lá ia pintando cavalos, com
carinho especial. O animal que representou uma simbologia do amigo do gaúcho, simbologia
da tradição riograndense. Foi sempre o amigo na guerra e na paz; no trabalho ou no
passeio; no transporte ou companhia para o campesino.Ao pintá-lo sempre iniciava pelo
olho. É o olho que dá a expressão e vida à figura. Para Berega, se o olho estivesse
mal, eliminava o trabalho, porém se estivesse bem era só continuar e acabar.
A obra... Berega nunca se preocupou com exposições, pois as encomendas dos
amigos, especialmente, aquelas que vieram a partir da Associação de Cradores de Cavalos
Crioulos e/ou interessados pelo tema lhe tomou muito tempo em que esteve em atividade.
Hoje os quadros estão em coleções particulares e de criadores em vários estados do
país e na Argentina, Uruguai, Paraguai, Estados Unidos, Suécia, Alemanha.
Também é autor de capas e ilustrações de revistas e livros. Autor
dos álbuns: Garanhões Árabes - estudos de cabeças (1977); Cavalos em desenhos de
Berega edição 1980 e 1983; Garanhões Árabes - 1982; Gaúchos e Cavalos - 6 edições.
O
Calendário da Ipiranga não dá para esquecer. Está na memória dos mais
velhos. "Fiquei 20 anos realizando o calendário, pintando o interior, os costumes do
homem, as coisas da terra..." A versatilidade dos tipos, a caricatura, a
preocupação com a autenticidade do vestuário, a beleza das pilchas, o humor na pintura
representou o estilo Berega de criar o cotidiano gauchesco. Os objetos, o detalhe, e os
tipos só faltavam falar, apesar de estereotipados. Hoje são história nas artes de nosso
estado.
E o retrato? Muitos foram pintados, pois Berega em seu universo artístico se
debruçou sobre a figura, a indumentária , e de preferência sobre e junto do cavalo. Se
era encomenda conversava com o cliente, estudava seu cavalo, percebia o enfoque,
pesquisava, esboçava, rabiscava até conseguir a perfeição.
Isto tudo é BEREGA? E vale uma retomada, vale conferir na exposição
da Graffiti a homenagem da família ao grande artista.
Jornal Zero Hora (Porto Alegre), 02 de
dezembro 2004:
Nota
As peças
gráficas e promocionais da 33a edição da Califórnia
da Canção Nativa do Rio Grande do Sul - que se realiza hoje a domingo, em
Uruguaiana - homenageiam o artista plástico gaúcho Luiz Alberto Pont Beheregaray,
o Berega. Uruguaianense conhecido por seus retratos e pinturas equestres,
Berega já ilustrou dezenas de livros e capas de discos nativistas. O pintor já foi
citado até em música gaudéria: lá pelas tantas, a composição Entrando no
M´Bororé, de José Sampaio e Elton Saldanha,
descrevendo um taura, diz o seguinte: "Na tarde em tons de aquerela / Lembra um
quadro do Berega".
Além dos cartazes, camisetas e fundo de palco do evento, a dupla de
publicitários Gibran Bisio e Thomas Fallgatter assina a
arte do CD, que será lançado pela Galpão Crioulo Discos, com músicas finalstas do
festival.
Jornal Momento (Uruguaiana), ano II, nº 67,
2 a 8 de junho 2006, capa:
Reportagem
Relação dos ganhadores do troféu PremioAção - os 25 homenageados exibem o troféu entregue por este jornal na noite de 26 de maio no Hotel Glória. Páginas 6 e 7.
Luiz Alberto Pont Beheregaray - Troféu entregue pelo General José Alberto Leal.
Jornal Momento - suplemento Gente de Sucesso
(Uruguaiana), ano III, 12 a 18 de julho 2007:
Foto
<- Luiz Alberto Pont Beheregaray
Jornal Momento - suplemento Sociedade
(Uruguaiana), ano IV, julho 2008:
Foto
Ulbra TV Programa Fogo de Chão (Porto Alegre), 06 de dezembro de 2009:
Reportagem / Entrevista
[em cadastramento]